Gato Gigante Amável e Carinhoso
O Ragdoll (que significa boneca de pano em português) é uma raça de gatos de origem americana(California), raramente encontrada em outros países.
O Ragdoll vem se tornando conhecido através de exposições, O Ragdoll chama a atenção por três motivos: tamanho, temperamento e beleza. É a segunda maior raça de gatos do mundo, sendo a de desenvolvimento mais lento, pois um Ragdoll só termina seu crescimento por volta dos quatro- cinco anos de idade, podendo um macho adulto chegar aos 11 quilos. É um "Gigante Gentil", meigo, delicado, brincalhão e interativo. É de uma beleza singular, com sua pelagem semilonga de textura fofa e sedosa, com seus olhos plácidos, sempre azuis. Impossível não ter o olhar desviado por um Ragdoll.
CARACTERÍSTICAS DA RAÇA RAGDOLL
Ragdolls são muito mais que gatos grandes e bonitos. Eles são atenciosos, divertidos, sensíveis e aprendem com facilidade. Costumam atender pelo nome, são eternos companheiros, onde o dono estiver o seu Ragdoll estará, até mesmo no banho! Alguns gostam de ser pegos como bebês, outros correm para o colo quando sentamos. São gatos de grande porte, mas de média a baixa atividade. Quanto mais o tempo passa, mais sossegados ficam, mas sem deixarem de brincar ou interagir em nosso dia-a-dia. São gatos indoor (dentro de casa) feitos para viverem junto a nós e não em ambientes abertos. Adoram o convívio com pessoas e se adaptam facilmente a outros animais e crianças.
PADRÃO DO RAGDOLL
O Ragdoll ideal deve ser grande e pesado. A completa maturidade da cor não é atingida até os três anos de idade e o peso e o tamanho completos não costumam se definir antes dos quatro anos.
O Ragdoll deve ser firme e musculoso, sem gordura, exceto na área do baixo abdome. As fêmeas podem ser consideravelmente menores do que os machos.
Cabeça: A cabeça do Ragdoll deve ser de tamanho médio, larga (em cunha modificada), de superfície plana na área entre as orelhas. Seu perfil deve apresentar stop delicado, o focinho redondo, de comprimento médio, o queixo bem desenvolvido, os olhos levemente ovais (não podem ser orientais), grandes e sempre azuis.
Pescoço: O Ragdoll deve ter um pescoço curto, pesado e forte.
Corpo: O Ragdoll é um gato de porte grande que deve ter o corpo longo e substancial com peito cheio, omoplatas largas e quadris levemente mais altos que os ombros. A sua estrutura óssea tem que ser forte e substancial. Deve ter uma almofada de gordura no baixo abdome; as pernas de comprimento médio, com pés redondos, grandes e tufados. A cauda do Ragdoll é longa, do mesmo comprimento do corpo. Ao pegar um Ragdoll, o seu peso pode parecer surpreendente.
Pelagem: A pelagem permanece junto ao corpo e dá a impressão de "quebrar" quando o gato se move. O manto é mais comprido em volta do pescoço e nas extremidades da cabeça, dando a aparência de um babador (bib).
PELAGEM DO RAGDOLL
O Ragdoll é basicamente um gato Colorpoint, ou seja, possui as extremidades: Orelhas, focinho, pontas das patas e rabo em tonalidade mais escura que a do corpo. E em dois de seus padrões possui marcações brancas com localizações específicas.
Padrão Colorpoint: É o padrão básico do Ragdoll, não pode possuir branco algum e as extremidades são mais escuras que o resto do corpo.
Padrão Mitted: É o mesmo Ragdoll Colorpoint, porém com colocações de branco em lugares bem definidos do corpo: Luvas (mittens) nas patas dianteiras (pontas) e traseiras (até os joelhos).O queixo tem que ser branco, abrindo-se para o colar, correndo em faixa pela barriga. Permite-se uma chama (blaze) branca entre os olhos.
Padrão Bicolor: É o Ragdoll Colorpoint com outras marcações de branco específicas. No rosto, a máscara branca deve ter o formato de um V invertido, as patas e a barriga devem ter a maior parte de sua coloração em branco.
Padrão Lynx: Acrescentando-se listras à cauda, patas e face; uma máscara branca ao redor dos olhos e da boca; e o focinho cor de tijolo aos outros três padrões, obtemos o Padrão Lynx, ou seja, o Ragdoll tigrado. Formando os padrões: Colorpoint Lynx, Mitted Lynx e Bicolor Lynx.
Cores: O Ragdoll é aceito em todos os padrões aqui descritos nas seguintes cores: Seal, Blue, Chocolate, Lilac, Red, Cream, Tortie ou Torbie (Tortie Lynx).
CUIDADOS
O Ragdoll é o felino doméstico de desenvolvimento mais lento, por isso precisa de cuidados básicos para crescer bonito.
Ser alimentado com rações balanceadas, de ótima qualidade, adequadas a cada etapa de seu crescimento; receber suplementos vitamínicos, além de comer ração para filhotes por mais tempo; ser vermifugado periodicamente e vacinado nas épocas certas.
Precisa ser escovado, ter os olhos e as orelhas limpos e as pontas das unhas aparadas uma vez a cada quinzena
Poderá possuir um belo arranhador para brincar e afiar as unhas; ter sua caixa de areia limpa todos os dias; bem como ter água e alimentos sempre frescos à sua disposição.
Visitas periódicas a Equipe médica responsáve pelo Petclube são aconselháveisl.
Se o Ragdoll precisar ficar muito tempo sem a presença humana e não tiver outros animais como companhia, poderá ganhar brinquedos especiais para gatos.
O mais importante: Amor e Carinho para manter um Ragdoll saudável e feliz.
SOBRE A RAÇA
O Padrão Mitted do Ragdoll possui luvas parecidas com as dos gatos Sagrados da Birmânia. Por isso, muitos diziam que o Sagrado estava incluso na formação da raça Ragdoll. Isso foi desmistificado ao comprovar-se geneticamente que no Ragdoll as luvas são dominantese no Sagrado da Birmânia são recessivas.
UM POUCO DE HISTÓRIA
O começo do Ragdoll
O Gatil de Ann Baker, onde tudo começou em 1963!
Não é preciso ser um aficcionado por gatos para travar contato pela primeira vez com um Ragdoll e apaixonar-se! E para esses não há mais como evitar a procura de suas origens e a necessidade de conhecer a verdadeira história dessa raça singularmente bela, meiga e gigantesca.
Os que se contagiaram por esta paixão, e se aventuraram nesta busca, sabem que o seu início é cheio de controvérsias, mitos, e, mesmo, fatos geneticamente improváveis. Mas em uma coisa não se encontra divergências até agora: O Ragdoll não existiria se não fosse uma mulher: Ann Baker.
Há afirmações de que Ann era apenas uma criadora de gatos excêntrica e comercial. Verdade é que, antes do Ragdoll, ela já criava gatos. Exemplares na maioria pretos com a pelagem longa conhecidos na época como Experimental Persians. Mas independente de qualquer intenção, comercial ou não, que ela tenha tido, uma verdade se sobrepôs: Se não fosse por seu tato, amor e dedicação não teríamos o prazer de conhecer e conviver com estes gatos maravilhosos. E assim Ann Baker ficou conhecida como Mãe do Ragdoll.
Mil novecentos e sessenta e três, Riverside, California. Lá começou a história, com uma gata de pelagem branca e semi-longa, grande porte, de raça não definida mas que se assemelhava a um Angorá: Josephine. Ela pertencia a Mrs. Pennel, uma vizinha de Ann. Por ser arredia, andava solta e vivia pelas ruas tendo filhotes regularmente, estes, comenta-se, eram cismados e "selvagens" como ela própria.
Josephine, uma vez, ficou desaparecida por dois dias, ao fim dos quais foi encontrada jogada ao lado de uma rodovia: tinha sido atropelada e gravemente ferida. Vizinhos de Ann, que trabalhavam na Universidade local, socorreram-na, levando-a para lá e tratando-a. Ela tinha muitos machucados e escoriações na cabeça e perdera um dos olhos. Depois de algum tempo, graças aos cuidados especiais recebidos, ela estava totalmente recuperada e já não apresentava seqüelas. Assim, pôde voltar para a casa de Mrs. Pennel.
O atropelamento mudara muito o comportamento de Josephine. Ela, agora, era uma gata carinhosa e caseira, estava meiga e confiava plenamente nos seres humanos ao ponto de, pela primeira vez, ter seus filhotes na casa de Mrs. Pennel. Os novos filhotes de Josephine também eram dóceis, muito sociáveis e mansos, e ficavam completamente relaxados no colo das pessoas, chamando a atenção, inclusive, pelo tamanho exagerado.
Por todas essas qualidades, Ann Baker interessou-se por esses gatinhos. Ela escreveu sobre isso: "É um fenômeno ou ato de Deus" - e da história real começaram os mitos: Que Josephine teria sido alvo de experiências genéticas na Universidade, o que teria feito com que ela mudasse de temperamento e também produzisse, a partir de então, filhotes de temperamento semelhante e totalmente relaxados; ou ainda: Que o atropelamento teria causado uma mutação nos genes de Josephine e por isso os seus filhotes nasciam mais relaxados, com uma musculatura diferenciada, sendo assim, praticamente imunes à dor.
Verdades aceitáveis seriam as de que Josephine teria sido muito bem cuidada na Universidade por pessoas carinhosas e também de que o convívio dentro da casa de Mrs. Pennel - que afirmam ter sido sempre uma mulher paciente e amorosa com os seus gatos - teriam feito com que se tornasse mais sossegada e confiante, podendo ter gestações estáveis. Dessa forma, obviamente, pôde parir filhotes que compartilharam deste mesmo lar pacífico, tornando-se por isso sociáveis e relaxados. Quanto ao tamanho deles, como já foi dito, a própria Josephine era uma gata de porte, assim, por parte materna, já havia uma explicação genética suficientemente lógica.
Ann, acompanhando, periodicamente as crias de Josephine, interessou-se por um de seus filhotes mais velhos, um gato totalmente preto com pelagem longa e aparência de persa, o qual ela chamava de Blackie, e passou a tomá-lo emprestado, periodicamente, como stud (padreador) para suas fêmeas.
A paixão realmente veio para ficar quando ela teve a oportunidade de conhecer um meio-irmão de Blackie, um macho de pelagem semi-longa, seal point, que tinha mittens (luvas) nas quatro patas; blaze (chama) entre os olhos, no focinho; e tip (a ponta da cauda) brancas - marcação que estaria muito próxima do Padrão seal mitted com blaze dos Ragdolls de hoje, excetuando a ponta branca da cauda (tip) que não é aceita. Assim, Ann também obteve permissão para usar este macho como stud e chamou-o de Raggedy Ann Daddy Warbucks. Blackie e Daddy Warbucks eram meio-irmãos por parte de mãe, pois sabe-se que eram filhos de machos diferentes e desconhecidos, com isso, parte da história dos Ragdolls permanecerá para sempre um mistério...
Ann pegou também para si duas das filhas de Josephine: Raggedy Ann Buckwheat - fêmea preta que tinha a aparência de um burmês - filha de Blackie; e Raggedy Ann Fugianna - uma bicolor seal mal marcada - filha de Daddy Warbucks.
Infelizmente, Ann nunca mais obteve outro filhote de Josephine, pois como ela era excessivamente protetora com suas crias, colocava-se em brigas hediondas com o cão dos Pennel, e por isso foi cruelmente sacrificada sem que alguém pudesse ter intervido... Dessa forma, Buckwheat, Fugianna e Daddy Warbucks tornaram-se os três gatos sobre os quais o pedigree do Ragdoll começou a ser traçado.
Mil novecentos e sessenta e cinco, Buckwheat e Daddy Warbucks tiveram uma ninhada de quatro filhotes, era verão. Dois pretos sólidos e dois ponteados. Desta ninhada saíram os primeiros exemplares que foram reconhecidos oficialmente, e assim registrados, como sendo da raça Ragdoll: uma fêmea chamada Raggedy Ann Tiki, colorpoint chocolate e um macho chamado Raggedy Ann Kyoto, seal point mitted. Ann descartou os filhotes sólidos, pois estipulou o ponteado e os olhos azuis como básico para a criação do Ragdoll. Kyoto e Tiki obtiveram seus registros através de uma pequena entidade, a NCFA (National Cat Fancier's Association ) e, assim, Ann pôde passar a registrar os Ragdolls.
Ann tinha como padrão ideal da raça o visual de Daddy Warbucks chamado por ela de father of the true Ragdoll look (pai da verdadeira aparência do Ragdoll), que, como já foi dito, era um seal point mitted com blaze e tip tail.
Ann prosseguiu com a criação do Ragdoll a partir dos três padrões por ela estipulados. O seu favorito, mitted, veio através de Daddy Warbucks e Kyoto: gatos ponteados com luvas nas mãos e nos pés, até os jarretes, preferencialmente com blaze e tip tail; o segundo mais desejado, bicolor, através de Fugianna: gatos que tinham mais branco nas patas e barriga, incluindo-o na face em forma de um "V" invertido; e por fim o colorpoint, através de Tiki, padrão básico, sem presença de branco.
Mil novecentos e sessenta e nove, neste ponto da história é interessante ressaltar que, se não fosse Ann Baker, o Ragdoll não existiria. E tão importante quanto isso é que, possivelmente, o Ragdoll não teria se tornado tão conhecido se não fosse pelo interesse de um casal: Denny e Laura Deyton, que ficaram conhecidos, como padrinhos do Ragdoll. Nesta época, Laura viu um anúncio no jornal e ficou completamente interessada em conhecer bem de perto a nova raça de gatos da qual se dizia tanto e tão bem e parecia reunir qualidades tão peculiares: linda, gentil e gigantesca... Assim, os Dayton visitaram Ann, apaixonaram-se pelo Ragdoll à primeira vista e depois deste contato, Laura e Denny, decidiram-se por adquirir um casal: Raggedy Ann Buddy, um macho seal colorpoint; e Raggedy Ann Rosie, uma fêmea seal mitted. Empolgados, chamaram seu gatil de Blossom Time.
Mil novecentos e setenta e um, Ann funda a IRCA (The International Ragdoll Cat Association) com o intuito de registrar seus Ragdolls. Ann patenteou o nome Ragdoll e só fornecia gatos para novos criadores com um contrato especial de franquia, recebendo um montante de dez por cento sobre cada filhote vendido e ainda tendo o direito de escolher filhotes, de seu interesse, para continuar com o desenvolvimento da raça. Assim, o programa de criação de Ann Baker era extremamente peculiar e tinha regras absolutamente restritas que precisavam ser seguidas à risca, em nome da manutenção da pureza da raça. Por isso, ela teve muitos desentendimentos com criadores que não queriam seguir seu programa de criação - considerado, por vários deles, um verdadeiro absurdo. Muitos, cansados de suas exigências e ameaças, pararam com a criação e castraram seus exemplares.
Este fato deixou o casal Dayton absolutamente perplexo. Pois quando Ann soube que eles teriam sua primeira ninhada, começou a exigir uma porcentagem sobre os filhotes que eles venderiam. A verdade é que quando eles adquiriram o primeiro casal de Ragdolls, de Ann em 1969, não foi assinado nenhum contrato. Assim isto era ilegal para eles e motivados por isso, no mesmo ano de 1971, fundaram a Ragdoll Society, com o intuito de difundir e divulgar a raça. Esta entidade é conhecida hoje como RFCI ( Ragdoll Fanciers Club International).
A raça continuou a ser aperfeiçoada dos dois lados, até que em 1975, Ann decidiu que além de cobrar os dez por cento de royalts, também cobraria mais dez dólares por cada filhote gerado, pelo uso do nome Ragdoll!!! Pouco tempo depois disso, a maioria dos franqueados que restavam desistiu da criação. Com isso, em 1979, Ann, revoltada, passou a aceitar somente Ragdolls registrados na IRCA.
A criação do Ragdoll foi caminhando e sendo aprimorada pelos amantes da raça. Os Dayton projetaram o Ragdoll na gatofilia oficial e produziam um plantel de excelente qualidade, através do casal que compraram de Ann e de outros exemplares que adquiriram de ex-criadores descontentes com a situação gerada por Ann. Dedicaram-se à sua criação de 1969 até 1981. Denny é membro permanente do conselho do RFCI .
Ann viveu até o dia 30 de janeiro de 1997, quando faleceu, aos 79 anos. Dizem que ela terminou os seus dias desapontada com o rumo que a criação tomou, pois em 1994 os criadores remanescentes da IRCA deixaram a entidade e passaram a criar os gatos que tinham como Ragamuffin, passando a aceitar todas as cores de olhos, tamanhos e marcações de pelagem.
Graças ao trabalho sério de pessoas como os Dayton, o Ragdoll foi, em 1993, reconhecido por toda a gatofilia norte-americana e conta com muitos criadores sérios e aficcionados, a maioria nos Estados Unidos. Há pouquíssimos criadores sérios espalhados pelo mundo, pois criar Ragdoll descentemente exige tempo, determinação, seriedade e, sobretudo, muito amor.